Meus caros leitores, sinceramente decidi escrever esse post por nao aguentar mais ouvir gente aqui e ali chamando a Dilma de PresidentA. Sempre no twitter, ao ler a palavra PresidentA, questionei se ela também teria sido estudantA e adolescentA, entretanto, tenho de faze mea culpa e reconhecer que as duas formas são possíveis de serem utilizadas. segue trecho do blog do Professor Pasquale Cipro Neto, aquele famoso...
Autor dos livros Português Prático e Guia Prático da Nova Ortografia, o professor Paulo Flávio Ledur avalia que seria importante ouvir a opinião de Dilma sobre a questão. Para ele, a forma presidenta é a mais adequada:
— A mulher está assumindo posições novas na sociedade. Embora se aceite a forma feminina em professora, doutora, juíza, e em outras não, eu defendo uma forma única. É claro que num primeiro momento, nós estranhamos porque é novo, mas é uma questão de hábito. A língua se faz pelo uso. Na medida em que o uso se consagra, a estranheza desaparece.
Na Argentina, houve discussão semelhante quando Cristina Kirchner se apresentou como candidata. Com a resistência ao uso da palavra presidenta pelos meios de comunicação, ela bradou em um discurso como queria ser chamada se eleita.
— Presidenta! Comecem a se acostumar. Presidentaaa... e não presidente! — disse, esticando a letra a.
Após a posse, Cristina rejeitou documentos da Casa Rosada que continham a palavra presidente ao invés de presidenta, exigindo correção e nova impressão. Atualmente, jornais como La Nación eClarín usam a versão pedida pela presidenta. No Chile, a primeira mulher a chegar ao cargo máximo do país, Michelle Bachelet, era chamada de presidenta nos jornais El Mercurio e La Tercera, entre os mais importantes.
O professor Adalberto J. Kaspary, autor de Português Para Profissionais, defende o uso da forma comum aos dois gêneros: presidente. Para ele, respaldado pela Academia das Ciências de Lisboa, a palavra presidenta tem uma carga pejorativa. Kaspary, inclusive, aconselhou Ellen Gracie Northfleet, primeira mulher a presidir o Supremo Tribunal Federal, a adotar a forma "agenérica" presidente, isto é, adequada para os dois gêneros e mais formal.
O professor Pasquale Cipro Neto explica que normalmente as palavras que terminam 'nte' não tem variação. O que identifica o gênero, destaca ele, é o artigo que o precede, como por exemplo, o gerente, a gerente, o pedinte, a pedinte. O sufixo é originário do latim, do particípio presente, e segue a mesma regra atualmente no português, italiano e espanhol.
— Algumas, pelo uso, acabam se impondo também na forma feminina, como presidenta, que está em todos os dicionários e que pode perfeitamente ser usada. Se Dilma fizer questão de ser presidenta, ninguém vai poder contrariá-la. Se ela quiser ser chamada assim, terá todo o direito.
Coordenador executivo da campanha de Dilma no Estado, Ary Vanazzi diz que o debate tende a ficar mais forte agora, a partir da eleição da petista:
— Em alguns discursos, ela usou a palavra presidenta, mas depois voltou a falar presidente. Mas a campanha é uma coisa diferente. Pode haver outra definição depois da eleição, já que existirá a função de presidenta.
Uma ou outra forma?
Como dirigir-se a Dilma Rousseff: presidente ou presidenta? As duas formas são admitidas na língua portuguesa. Veja o que dizem dois especialistas em gramática:
Presidente: é a forma preferida pelo professor Adalberto J. Kaspary, autor de Português Para Profissionais, já que a palavra serve tanto para o feminino quanto para o masculino. Para ele, respaldado pela Academia das Ciências de Lisboa, a palavra "presidenta" tem uma carga pejorativa. Kaspary, inclusive, aconselhou Ellen Gracie Northfleet, primeira mulher a presidir o Supremo Tribunal Federal, a adotar a forma "agenérica" presidente, isto é, adequada para os dois gêneros e mais formal.
Presidenta: esta seria a forma adotada se dependesse do professor Cláudio Moreno. Ele observa que os dicionários admitem presidente ou presidenta e aposta que adotar o segundo é só questão de tempo. Lembra o caso da indiana Indira Ghandi (1966-1977 e 1980-1984), que começou a ser chamada de "o primeiro-ministro", passou a ser "a primeiro-ministro" e, por fim, "a primeira-ministra".
Do Dicionário Aurélio:
S. 2 g. 1. Pessoa que preside. 2. Pessoa que dirige os trabalhos duma assembleia ou corporação deliberativa.
PresidentaS.f. 1. Mulher que preside. 2. Mulher de um presidente.
Traduzindo: entre o feio e o bonito, fica-se com o bonito.
A eleição de Dilma trouxe mais um destes elementos para debate. Ela é a presidente ou presidenta do Brasil?
Os gramáticos – como sempre – não se entendem, mas as duas formas podem ser usadas.
Exatamente por isso é que, neste blog, Dilma Rousseff será sempre chamada de a presidente do Brasil e nunca presidenta.
Simplesmente porque “presidenta” é horrível, sonoramente descabido e estilisticamente feio. Além de pejorativo como afirmativa de gênero.
Este blog sempre valorizou os linguístas – que vêem a língua como um ente em constante evolução e que, por isso, não pode ser aprisionada em regras imutáveis.
Estes mesmos linguístas ensinam: “na comunicação, o importante é fazer-se entender”.
Por isto é que, neste blog, Dilma será sempre a presidente do Brasil…
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