Real Engenharia: Cinismo e Falta de Respeito!!!


          Muito bem amigos, eu ia continuar contando o que houve no fatídico dia 29 de janeiro, entretanto hoje, saiu a noticia do post anterior, no portal orm, dessa forma, não pude deixar de me calar perante essa arbitrariedade que foi publicada.
            Na verdade, nada contra o portal orm, muito pelo contrario, apenas divulgaram o conteúdo do documento, este sim é o problema.
            Então. Eu realmente não poderia me calar. A alguns dias atrás, nos moradores do bluemenau, encaminhamos uma proposta a Real Engenharia, sobre valores de indenização, 80 mil reais a titulo de indenização por danos materiais e 80 mil por danos morais.

Dia 24 de março, recebemos a resposta da real, assinada pelo advogado Sérgio Oliva Reis, na qual ele menciona dentre outras coisas o seguinte: (São tantos os absurdos que eu não sei nem por onde começar, e obviamente que eu não irei aqui argumentar juridicamente, até para não dar armas aos nossos adversários, mas irei rechaçar um por um esses argumentos.)

-Que a Real Engenharia teria sido incansável no atendimento das necessidades de todos os atingidos, lembra que os compradores de imóveis no edifício que desmoronou já foram todos indenizados e destaca que custeou despesas de hotel e disponibilizou atendimento médico e psicológico a todos os que necessitaram.

            Nesse ponto, o quesito custear despesas de hotel, não vejo mais do que obrigação da construtora em providenciar alojamento, até porque, NINGUEM NO BLUMENAU FOI RESPONSÁVEL PELA QUEDA DO REAL CLASS, infelizmente as vezes agente precisa dizer o óbvio, porque parece que tem gente que ou se faz de lesa de propósito, ou deve ter alguma deficiência que impede de ver a realidade.

E tem mais, foram 4 mudanças de hotel, 4!!! A cada uma delas o transtorno era outro, principalmente porque tínhamos de ligar dezenas de vezes para a construtora para saber se a mesma havia enviado nossos nomes a recepção, para não sermos constrangidos da recepção do hotel e barrados de subir.

Fora o fato de que a cada vez que íamos nos alimentar era a mesma coisa, o mesmo constrangimento, todo santo dia, por um mês.

Alguém aí acha em sã consciência que isso representa reparar algum dano? Sinceramente?

-Que em relação ao Blumenau, a Real Engenharia informa que todos os danos materiais foram assumidos e foram recompostos ou estão sendo finalizados, inclusive caso a caso, diretamente com moradores que comprovaram prejuízos com compras de supermercados, carros etc.

            O ressarcimento foi feito, depois de incessantes idas ao escritório da empresa, que não aceitava pagar mesmo nós estando de posse dos recibos e comprovantes de outras despesas.
            No que diz respeito as obras do prédio, um muro caro amigos, um muro, levou mais de 2 semanas pra ser levantado, e sequer foi pintado, coisa que só está sendo feita agora. E eu não falo isso do blog pra fora, temos milhares de documentos enviados ao Ministério Público do Estado bem como aos outros órgãos, pedindo agilidade nas obras, porque diferentemente do que pensa o advogado da Real Engenharia, nós gostamos da nossa casa e queríamos o quanto antes voltar pra ela.

            Fora o fato de que, o laudo de segurança do nosso prédio, primeiramente deveria ser feito por uma empresa de fora do estado. A real não aceitou, impôs que teria de ser uma empresa do Estado. Pois bem, contratamos a Universidade Federal do Pará, entretanto, numa postura de truculência, a empresa disse que não mais aceitaria a UFPA e sim técnicos indicados por eles. Nós não aceitamos e fomos executar o TAC (termo de ajustamento de conduta) firmado por eles, nós e o Ministério Público do Estado.

Vejam meus amigos, eles sequer tem preocupação com a nossa segurança...

            Essa é uma postura séria de quem realmente deseja resolver algo?

-O advogado Sérgio Oliva Reis ressalta que, ainda que se vislumbre algum dano moral, o mesmo já foi muito mitigado, muito reduzido, pela postura séria e comprometida com a qual a Real tem se portado nesse triste e lamentável acidente. Acrescenta o ofício que o valor sugerido a título de danos materiais não é devido, porque, como dito, já foram referidos danos reparados (e estão sendo), para os que assim o comprovarem.

            Dano moral reduzido? Como você reduz um trauma desses? Estar em casa deitado, após um almoço e de repente você ter de sair as pressas porque um prédio caiu ao seu lado? Postura séria? Essa truculência toda dos advogados da real conosco, demonstra postura séria? Realmente alguém acredita nisso?

            E uma coisa, realmente o valor do dano moral não há como você mensurar, nem 1 milhão de reais vai devolver a nossa paz, o nosso sossego, até hoje ainda tem escombros e tapumes no local. Todos os dias somos lembrados do que houve. A cada chuva nos lembramos o que houve. Vocês têm noção do que é isso?

-Ainda o referido advogado menciona que quanto ao item dano moral, haveria excesso no pedido, não só por conta da mitigação de seus efeitos, mas, sobretudo da confusão entre dano e dissabor, o que pode levar a conclusão inclusive de sua inexistência.

            Nesse ponto, eu sinceramente ri para não chorar. O senhor advogado simplesmente vem querer desqualificar o que passamos, dizendo que a, não houve dano moral, mas um simples dissabor, não foi grande coisa, e ainda chega a conclusão de que nós estaríamos tentando enriquecer em cima do fato ocorrido. (confesso que respirei fundo aqui pra não dizer meia dúzia de palavrões).

Momentos Após o Desabamento
            Sério mesmo, alguém ai acha que não houve dano? Que foi só um mero dissabor? Pra vocês terem uma idéia, as minhas gatas, isso mesmo, gatas, bichos, seres irracionais, se assustam quando ouvem um grande ruído, se os animais estão sendo afetados dessa forma, imagina nós... realmente uma pessoa que escreve isso, não conhece o mínimo do sentimento chamado solidariedade.

-Por fim a assessoria jurídica da Real Engenharia também argumenta que na definição do valor a título de indenização é preciso observar o bom senso, a proporcionalidade, a razoabilidade para que não represente acréscimo patrimonial indevido e possam ser suportados e pagos, ante a quantidade de unidades envolvidas. Há parâmetros, inclusive, para isso.

Aqui já é repetição do que ta lá em cima, acham que nós queremos enriquecer as custas do evento. Pois bem, deixem eles acharem o que pensam, nossa batalha será travada na justiça, e temos um grande aliado, Deus, que acima de tudo, nos permitiu estar vivos, bem, com saúde. E é Ele quem nos dá força pra lutar contra esse tipo de absurdos. A justiça divina é maior que tudo!!!

Pois bem amigos, a infeliz conclusão que chego é que o direito também tem sua face suja, sentimentos antigos como os de solidariedade já não estão mais presentes. Quero lembrar que é dever do advogado lutar pelo cliente dele, e ele está no direito de não querer fechar acordo pelos valores que nós propusemos, o que eu não admito, é tentar menosprezar o fato e a situação ocorridas e ainda nos acusar de querer enriquecer as custas do evento.
O mero dissabor enfrentado por nós...
Como eu disse, o que passamos, só nós sabemos e as pessoas próximas de nós, amigos, familiares, namorados (as), esposas, maridos, filhos, etc.
E eu reitero, tudo o que foi dito aqui, está amplamente documentado, não falo da boca para fora, a postura da Real é no mínimo truculenta, nada de postura séria como disse o senhor advogado, se houvesse realmente a intenção de reparar danos, tudo isso já estaria terminado e eu não estaria escrevendo nada disso.

Por fim, segue um vídeo feito por um dos moradores logo após a queda do Real Class. Me digam se isso é um mero dissabor...



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